segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quando dei aquele passo... É preciso coragem para realizar sonhos e pensar menos nos outros?

Quem nunca olhou para a própria vida e disse: eu posso muito mais do que isso! Mas como largar tudo o que construi até hoje? Como recomeçar?

Conheci a Cláudia Acourt através de seus comentários por aqui. Sua história foi me encantandando. No Projeto 30 em 30 resolvi encontrá-la na Itália e fiquei ainda mais apaixonada. No mesmo dia do nosso encontro, à noite, peguei um voo de Milão para Londres, pensando: "o que eu faria se estivesse no lugar dela?"

Questionei meus sonhos e minhas covardias e, quando criei esse quadro, pensei: ela precisa estar aqui...

“Cresça, case e more longe! Eu ouvia esta frase do meu pai que, ao menos na última parte, se tornou uma profecia: vivo na Itália há três anos.

Deixei tudo para trás para realizar o sonho de ver o mundo com os próprios olhos. Sempre lia livros e revista sobre outras culturas e países. As fotos me hipnotizavam. Mas as possibilidades de dar asas a este sonho eram irreais. Cursei Jornalismo e pós-graduação em Assessoria de Imprensa. O início foi difícil e tive que começar do zero, quase uma estagiária. Aceitei, pois quem estava me ensinando era uma ótima jornalista com passagem em grandes revistas e jornais nacionais.

Fui me destacando na área de eventos. Quase todos os shows importantes que aconteciam no Estado passavam pelas minhas mãos. Minha carreira começava a decolar.

Mas havia um outro lado. Na agencia, não dava para ver a rua. E eu pensava: tem um mundo lá fora e eu aqui dentro não vendo nada. Era angustiante. Não estava no meu lugar vivendo a vida que eu queria. Tinha sido levada até ali.

Foi então que resolvi me arriscar através de uma oportunidade que a lei dava por ser prima de uma italiana. Minha família me perguntava: "o que você vai fazer lá?" Eu não falava italiano e já sabia que o meu diploma não valia nada por aqui. Tive muito medo. Não estaria abrindo mão de cosias importantes por algo que não tinha certeza se valeria à pena? Não conseguia dormir direito. E se não desse certo?

Seria uma derrota muito grande voltar para casa. Mas fui em frente. Fui acompanhante de idoso, limpei casas e hoje sou babá. A parte mais difícil é saber que o seu lado intelectual não está sendo utilizado. Mas penso que é apenas um momento. Já passei por momentos dificílimos. Já precisei a economizar até na compra do supermercado.

Mas, tem valido a pena. Hoje, tenho a vida que eu escolhi. Meu maior divertimento é pegar o trem no final de semana e ir a uma cidade diferente, justamente aquelas que via nos meus livros.

Tenho me colocado a prova cada dia, aceitando quebrar os meus paradigmas e aprendendo com as lições da vida. Quando dei aquele passo sabia que iria aprender muito, mas ganhei mais do que pensava. Foi justamente aqui que venci uma grande batalha: emagrecer. E ainda vivi uma linda paixão, exatamente como imaginava. O máster, meu objetivo ao vir para cá, ainda está nos planos de 2012."

Muitos saem do Brasil para fazer dinheiro, Claúdia saiu para fazer história, a sua história. Coisa que muitas não tem a coragem de fazer sem nem mesmo precisar sair de casa. Cláudia teve medo do mundo, muitas tem medo do que o marido vai dizer ou a sociedade vai pensar. E continuam vivendo o dia a dia como se o amanhã fosse trazer a fada da coragem. Só aceitamos dar passos se soubermos qúe será seguro e, assim, não saimos do lugar. Enganamos a nós mesmas dizendo que está tudo bem ou deixando a vida nos levar...

Por isso... Diante dessa sincera história... Quando dei aquele passo...  É preciso coragem para realizar sonhos e pensar menos nos outros?

17 comentários:

Bettina Riffel disse...

ola, a sua historia eh muito interessante. E queria te questionar uma coisinha: quem disse que como acompanhante de idoso e babá voce deixou a sua parte intelctual de lado? Se fosse pra fazer o que todos fazem, podias ter ficado no Brasil, nao achas ? PARABENS, voce é uma mulher de ouro !!!

Debora Giangiarulo disse...

Realmente é preciso muita coragem! Essa historia veio num momento muito importante para mim. Acabo de pedir demissão de um emprego seguro para viver o sonho de ter a minha propria empresa, ganhando o meu pão atraves da arte. O passo foi dado....
Obrigada por me mostrar que sim, sonhos podem dar certo!
Um beijo do bloco!

Anônimo disse...

No meu caso me falta sim, oportunidade. Mas, tenho criado. E não vou balançar qdo chegar o momento de sair para realizar meus sonhos.

Bjs meus

Cláudia Acourt disse...

Flavia, esqueci de dizer que eu sempre tive medo de ne arrepender por nao ter feito algo. E é justamente este medo que me dà coragem para lutar pelos meus sonhos. Sei que na velhice eu nao vou poder voltar o tempo para fazer o que tenho feito hoje.
.
Obrigada pela oportunidade de compartilhar minha historia.
.
Bjos

♕Miss Cíntia Arruda Leite ღ disse...

Flávia, sua história é de coragem, força, garra e só as pessoas com muita fibra, conseguem fazer. Infelizmente o comodismo as vezes domina a situação, já aconteceu comigo. Tinha medo de mudar uma situação que estava ruim, mas pensava que poderia piorar, lego engano. Quando resolvir sacudir a poeira, jogar tudo pro alto, no começo foi difícil, mas hoje, tenho a vida que eu quero, sou feliz e posso dizer que tudo é muito mais do que sonhei ou planejei, por isso entendo bem o que falou e parabenizo pela sua coragem e todo e qualquer trabalho que você realiza hoje, faz parte do aprendizado e do amadurecimento.
Beijos

Elaine Canha disse...

Se ter coragem de dar uma reviravolta em nossa vida já é difícil, imagine quando temos que mexer com a vida dos outros!

águia disse...

adorei sua história! um exemplo de coragem, 99% das pessoas tem vontade de fazer o que vc fez... o que falta é astucia!parabéns!

Anônimo disse...

Desculpa mas não achei nada demais nessa história, muito pelo contrário, achei uma insensatez essa moça sair do seu país logo na época que começava a se destacar no seu trabalho. Ir para outro país e arrumar subemprego, coisa que ela nunca faria aqui no Brasil, é o tipo de coisa que eu não admiro.

Respeito seu sonho de morar fora mas acho que passar os finais de semana andando de trem, vendo livros e novas paisagens, é o tipo que coisa que poderia ser feito aqui.

O que ela quer mesmo morando na Itália ? Aprender o idioma, cursar uma outra faculdade lá (ou por acaso ela quer passar o resto da vida tendo esses subempregos ?)ou arrumar um amor ? Porque aprender outras culturas você pode, é só trabalhar e viajar nas férias.

Mais uma vez peço desculpa,caso me achem ignorante, mas eu não vejo nenhuma vantagem uma pessoa sair do seu país e arrumar subemprego. Parece história de quem quer tirar um monte de fotos pra mostrar para os parentes invejosos que está muito bem.

Depois dos 25, mas antes do 40! disse...

Cláudia, eu que agradeço sua gentileza de ter vindo aqui e mostrar sua história.

Por ter te conhecido pessoalmente, pude ver em seus olhos como essa experiência vem do seu coração e que custou muitas dúvidas.

Obrigada,

Beijos

Depois dos 25, mas antes do 40! disse...

Cintia, estava com saudades de você por aqui!

Mas essa história não é minha é da Cláudia.

Com certeza ela deve ter entendido a confusão e deve ter ficado feliz com as suas palavras.

Beijos!

Depois dos 25, mas antes do 40! disse...

DEBORA

Primeira vez que você comenta, não? Vou lá conhecer o seu blog e sua arte.

ANÔNIMO

Obrigada por trazer seu ponto de vista com educação e respeito. Afinal, nem todo mundo serve de exemplo para todo mundo, nem todo mundo vai nos inspirar de alguma maneira.

Mas, para ser sincera, eu nem achava que a Claudia iria aceitar se expor dessa maneira. Mas tenho encontrado mulheres corajosa e generosas para participarem desse quadro.

Mais uma vez agradeço sua participação e educação.

Beijos

Juliana Rossa disse...

Adorei ler a história da Cláudia. Já acompanhava o blog dela.
Acho que o importante é procurar um caminho para seguir. Um caminho que tenha significado e que traga momentos felizes.

Licia disse...

Toda história vivida com dignidade é bonita,não importa o trabalho que ela deixou ou buscou,se para ela viver como babá em outro país a deixa feliz é isso que importa.Conhecer paises é meu maior sonho,mas para mim o mais importante é minha segurança.Eu conheço os dois lados da vida.Meus pais eram executivos de uma multinacional,tinhamos carros do ano,motorista,apartamento de cobertura com piscina no melhor bairro da orla e outras regalias que o dinheiro pode comprar.Casada já passei muitas necessidades básicas,já dormir com fome.Então eu sei o que é melhor para mim.Eu estava trabalhando em um salão o dia todo, enquanto eu estava feliz eu permaneci,mas comecei a sentir falta da minha casa,das minhas tardes de leitura,da minha liberdade,então saí,no dia que saí do salão passei a tarde fazendo um bolo confeitado e ouvindo música, estava muito feliz.Quando me cansar de ficar em casa volto ao trabalho.Isso o que é importante,buscarmos a nossa felicidade aonde ela estiver.Se eu encontro minha felicidade cuidando da minha casa,o que me importa se alguém não acha?

Anônimo disse...

é exatamente assim que me sinto..tenho uma ansia quase sufocante de conhecer vários lugares, mas o medo de não dar certo é ainda maior..acho que é por isso que acabei de voltar da psicologa hehehe.

Adorei esse post!!!

Mariana Simizu disse...

Claudia, tenho uma historia identica a sua, sai do Brasil há 3 anos, tinha um bom emprego, bom salário, meu carro, muitos "amigos", recem formada em Administracao de Empresas, mas estava insatisfeita com minha vida, minha rotina. Sempre tive vontade de conhecer outras culturas, aprender outras língas, me desafiar, descobrir meus limites longe da protecao da família e de tudo aquilo que a sociedade cria como padrao. Moro em Dublin, Irelanda e também passei 2 anos em trabalhos que nao tinham muito a ver como minha profissao. Hoje eu tenho um emprego na minha area , mas nao é isso que mais de deixa realizada. A grande satisfacao foi a mudanca pessoal, espiritual e emocional. Casei com o amor da minha vida, um relacionamento que comecou no Brasil, mas que só foi vingar aqui.

Sempre surgem duvidas, medos e até solidao, mas o crescimento sem sofrimento é nulo. Viva intesamente este momento, é precioso e de muita coragem!

Jane disse...

Mas... não arriscar também é um risco, né? Adoro a Claudia e a garra que ela tem!

Ao sr. Anonimo, eu discordo de toda formula de felicidade hermética e pre-definida. Um bom emprego que não faz feliz não é um bom emprego. Um "subemprego" que possibilita a VIDA que voce escolheu nao tem nada de indigno ou inferior ao seu "bom emprego" no Brasil. Se isso a faz feliz, acho otimo. Alias, eu detesto a palavra "subemprego".

Tem gente que sonha com a formula pronta - casamento, filhos, emprego bom, carro e casa propria - e tem gente que sonha em morar fora e conhecer o mundo e está disposto a pagar o preco por isso. Cada um que sabe dos seus propositos de vida e das suas prioridades, e eu admiro a Claudia enormemente por ter ido atras do que ela queria para ela, fora de formulas hermeticas prontas, de forma consequente e consciente.
Abracos!

Lourdes disse...

Olá, não não todas as pessoas que tem coragem de deixar a"zona de conforto"e viver seu sonho.
Dinheiro, carreira, estar no proprio país nem sempre é certeza de felicidade. Estou fora do Brasil há mais de 2 anos, não sai do meu relativo conforto por dinheiro e sim para aproveitar uma oportunidade de crescimento que nem sempre bate na nossa porta 2 vezes.
Admiro muito quem tem essa coragem, pois existem muitas pessoas, que embora vivendo uma vida infeliz, não vão atrás de uma segunda chance. Parabéns Claudia!

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