quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vale mais morrer fazendo o que gosta ou passar a vida morrendo de medo?

- Você é louca!
- Só porque quero ir ao Afeganistão?
- Não tem medo de morrer?
- Claro que tenho, mas tenho mais medo de morrer de tanto medo da vida.
- Sabe por que diz isso?
- Não.
- Porque não tem filhos. Quando souber que tem alguém te esperando em casa, vai ter mais juízo.
- Mas e o Egito? Voccê disse que queria ir lá.
- Muito! Mas não posso. Tem terroristas por todo o canto. Melhor visitar apenas a Europa, tenho quem precise de mim.

Este foi um diálogo fervoroso travado com um amigo no ano passado. Desde então venho me peguntando onde está meu medo. Quando fui para a Turquia em 2007 as pessoas diziam que eu era completamente louca. Na minha cabeça elas eram mal informadas.

Sempre gostei de ir a locais que ninguém quer ir. Quando vou escolher minha viagem fico olhando para o mapa e pensando em locais como o Afeganistão, Paquistão e Iraque.

Tenho vontade de gritar que eu sim, morro de medo! Medo de não realizar meus sonhos, de ficar segura dentro de casa, mas frustrada, tenho medo de ficar doente, banguela, de cabelo curto, de escuro, mas principalmente, de ver que permiti que o medo engula minha coragem diante dos meus olhos.

Disse ao meu amigo que admirava a Ana Paula Padrão. Ela sempre vai para os locais mais bacanas do mundo. O que ele respondeu? Ela não tem filhos.
O aconchego da família, do seguro, do já conhecido é sedutor. Mas a longo prazo mostra-se uma armadilha. Quando me aventuro no desconhecido, seja na viagem, no pessoal, novo emprego, sinto uma saudade gigante da minha zona de conforto, mas depois tenho um orgulho maior ainda de mim. Às vezes, me arrependo, mas nunca perco o orgulho de ter vencido o medo.
Mas as palavras do meu amigo tiveram poder. Desde então, mesmo depois de meses, ando pensando... Vale mais morrer fazendo o que gosta ou passar a vida morrendo de medo?

11 comentários:

Flávia Fayet disse...

Quando se tem filho realmente as coisas ficam mais difíceis. Só não fui para o Haiti ajudar por causa do meu filho de 3 anos! Quando vi os primeiros resgates na TV senti q devia estar lá atuando, mas a família pesou mais! Sou mto medrosa, mas nessa situação foi apenas isso mesmo q me impediu! Beijos

Anônimo disse...

e com filhos tudo e pensando duas vezes...hauhau.bjs

Eutímicas ás Avessas disse...

Morrer fazendo o que gosta! Sempre. Se a gente gosta mesmo, dá um jeito e nem morre. :-)

Legal aqui!

Vai lá: http://eutimiaasavessas.blogspot.com/

Beijo

Elaine Canha disse...

Acho que a nossa vontade de permanecer na zona de conforto independe de se ter filhos ou não. Acho que a morte ainda é encarada pela maioria das pessoas como um inimigo que encontramos apenas nas situações ou lugares ditos perigosos. Mal sabem elas que a morte está em qualquer lugar e que quando ela resolve nos buscar não há nada que possamos fazer para impedir.
Por isso deveríamos aproveitar cada momento e oportunidade que a vida nos dar de viver essas aventuras com intensidade, pois ter medo de viver não vai adiar morte.

Mary disse...

Não sei se filhos diminuiriam o meu impulso em entrar em contato com o mundo, talvez ele nasça (?) louquinho que nem eu e viajaremos juntos!Bjo

Cláudia Acourt disse...

Bem, Flavia, vc conhece a minha historia, né? Morri de medo quando joguei minha estabilidade para o alto e fui atras dos meus sonhos. Certa vez, conversando com minha prima que dizia ter medo de sair de casa pois era muito dependente do pai, eu disse que o meu medo era do tamanho da minha coragem.
Acho esta historia de vencer o medo muito interessante e responsavel por nosso crescimento, mas tenho que concordar que filhos è um divisor de aguas.
Sempre que eu dizia, no antigo trabalho, que gostaria de morar por uns dois anos na China meus amigos me diziam: faça enquanto nao tem filhos.
Nao sou de acordo em dizer que filhos è zona de conforto. Quem nao tem medo de ir a lugares considerados de risco nao esta com medo de morrer (teoricamente) mas quando tem filhos naturalmente se pensa em um ser que depende de vc. é o instinto animal de proteçao a especie que todos nòs, ou quase todos, tem.
Ah, um detalhe. Certa vez li uma entrevista da Ana Paula Padrao que ela evitou o maximo de ter filhos para poder fazer o que queria profissionalmente. Quando resolveu te-los nao foi mais possivel. Ou seja, até para uma prossifional como ela filhos seriam um divisor de aguas.

Bjos

Teresa Furtado disse...

Também morro de medo de ver meu medo impedir de relaizar minhas vontades... Filhos te tiram a liberdade (não to dizendo q ter filhos seja ruim), é complicado quando se tem alguém que depende...
Minha opção hj é não ter filhos, se um dia vai mudar não sei, mas hoje minha liberdade está acima de tudo.

bjs

Desabafando disse...

Olha, eu não sou tão aventureira assim...mas acho que ter medo de tudo na vida não é algo saudável. Temos que aprender a lidar com nossos medos e não deixar que eles nos dominem...eu teria medo de ir pra certos lugares, ainda que sei que deve ser interessante conhece-los.

Alicinha disse...

Eu acho que qndo se gosta de uma coisa de verdade, a gente vence o medo!

Anônimo disse...

Olá,
Sou leitora do teu blog, mas nunca comentei, gosto da forma com que tu escreve. Pela minha experiência, justamente as pessoas mais medrosas são as mais cheias de motivos para não fazer algo. Morei dois anos na Europa, e convivi com iraquianos, paquistaneses e afegãos (dentre outras nacionalidades), e aprendi com todo esse povo, tenho uma lembrança muito positiva! Hoje eu também tenho uma listinha de lugares não "convencionais" pra visitar, hehe.

Beijos
Deise

Sandra disse...

Curiosa vai ficar muito feliz em receber vc. lá.
Vem eu te espero.
Um grande abraço, minha mais nova amiga.
Fica o convite, estou te seguindo...
Sandra

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