segunda-feira, 29 de junho de 2009

O que joguei fora na minha faxina?

Quando eu era adolescente estava andando em uma famosa loja de departamentos e fui abordada por um segurança que me acusou de ter colocado algo na minha mochila de escola. Eu disse que não tinha feito aquilo, mas ele me fez abrir a mochila do meio da loja, tirar tudo e me humilhou na frente dos clientes que me olhavam com um olhar de julgamento, afinal, só é parado quem deve, não é mesmo?

Mas eu não devia nada. Não peguei nada naquela loja ou em local algum. Quando os clientes viram que não deu em nada sairam de perto até meio tristes por não verem o sangue da "pivete", termo "carinhoso" utilizado a todo momento pelo segurança.

Era outro tempo, nada de câmeras para conferir, nada dessa história de processar. Isso tem uns 14 anos. Minha mãe foi reclamar com o gerente, mas não deu nada.

No livro “Minha mãe me ensinou a sonhar” a história é completa e os leitores sabem o trauma que isso causou. Toda vez que entro em uma loja de departamentos tenho a impressão de que alguém está me vigiando. Mantenho todos os objetos o mais visíveis possível para que não desconfiem de mim.
Então, ontem, em uma grande loja, me dei conta do que estava fazendo. Lembrei do post sobre a faxina e decidi: este sentimento vai para o lixo, hoje! Não sou mais aquela menina ingênua, sei me defender, os tempos mudaram. Se alguém me parar só abro a bolsa na polícia. Sou uma adulta e não mais aquela menina indefesa.

Mas eis a surpresa, ao sair desta loja e entrar em outra, o que fiz? Andei com as mãos bem soltas como faço desde o ocorrido, há tantos anos. Alguns passos e me repreendi: “este sentimento vai embora! Eu não preciso mais dele para me defender!”

E aqui estou eu, em plena segunda orgulhosa de mim por ter percebido que este sentimento não é mais necessário no meu guarda-roupa interno. Mas sei também que livrar-se de antigos hábitos não é como dar uma blusa. Toma tempo e exige esforço. Mas estou disposta. Porque só assim consigo responder a pergunta: O que joguei fora na minha faxina?

8 comentários:

Anônimo disse...

Eu estou jogando fora meu jeito boazinha de ser. Ou pelo menos tentando. Não que eu vá ficar malvada ou nada assim, mas antigamente eu acreditava que todo mundo era bom, que merecia o beneficio da duvida... agora não, pois tem gente que não merece mesmo uma segunda chance e é ruim de natureza (ou criação).

bjs

Thania disse...

Nossa...seu post diz muita coisa. Sabe, hj eu ñ to legal, e quase ñ li post de ng, alias, não li. Mas o seu me chamou a atenção. Li o de hj e o de ontem (ou sabado). Pude ver q guardo TANTA coisa inutil dentro de mim q obviamente ñ tem mais espaço para algo novo e BOM. Ñ cabe. Simplemente ñ cabe! Me envergonhei de mim mesma, pq muitas coisas q estão aqui dentro de mim, eu mesmo ñ tenho coragem de jogar no lixo, pq para mim elas são uma especie de escudo contra mim mesma, e sempre acho q aquele sentimento vai me ser util em um momento qlq da minha vida.
Preciso de uma faxina geral JÁ!
Mas por onde começar???? Sei la...ainda bem q vc começou...eu tb preciso começar, mas preciso achar o caminho! Mas acho q o 1º passo ja dei né, admitir q guardo lixo demais dentro de mim!

Bjos e obrigada por me dar a oportunidade de ler algo tão legal hj!

Carolina disse...

Parabéns por driblar este trauma
bjos meus

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Me lembro bem dessa sua história no seu livro. Chorei até ao lê-la ao imaginar a situacao.

O memso ocorre comigo aqui na Alemanha. Nao ando comas maos a amostra, mas tudo o que compro peco a nota. Exatamente para o caso desses que vc passou.

Isso eu aprendi na primeira vez que cheguei aqui e vi os guardas das grandes lojas pedindo a notinha para uma senhora; eles estavam alegando que ela tinha levado um perfume caro sem pagar. Christian entao me disse: para evitar problemas peca sempre o ticket.

Um beijao e que boa essa faxina, rs.

Meu blog disse...

É na verdade a gente nao joga fora as coisas que queremos desfazer de nossa mente. COm o tempo elas voltam a nos "perturbar":)

Iseedeadpeople disse...

Parabéns por esta pequena (na verdade, grande!) vitória!!!

deny disse...

Também fui vítima de calúnia , na loja MARISA de FEIRA DE SANTANA , ao sair da loja fui abordada pelo segurança q com grade brutalidade mandou q eu entrasse numa sala e junto com outros funcionários da loja me acusou de ter tirado lacres de segurança de roupas e de estar roubando ,segundo eles encontraram 5 lacres no vestiário onde eu havia saído coisa q eu não vi, pois só entrei com 4 peças fiquei com 2 e devolvi as outras 2 à funcionária q fica na porta revistaram minha sacola e só encontraram a 2 peças com a nota fiscal devidamente paga e mesmo assim,continuaram me acusando sofri grande pressão psicológica me humilharam. o segurança levava o dedo no meu rosto me chamando de ladra safada descarada e partiu a cima de min por 2 vezes tentando me bater o que foi impedido por uma das funcionárias sofri várias agressões verbais , pois queriam q eu confessasse ter sido eu q tirar os lacres coisa q eu não fiz, eu tentava dizer pra eles q cometeram um engano mas ele não queriam saber. me mantiveram na tal sala por aproximadamente 30a40 minutos, por fim resolveram me liberar dizendo q iam deixar por isso mesmo, mas q se eu fosse prestar queixa eu me daria mal. ao sair de lá fui a delegacia prestar queixa o processo está em andamento mas infelizmente eu estava sozinha, as pessoas q estavam na loja e viram o q aconteceu não são conhecidas minhas , por isso não tenho como provar mesmo assim não desisto. uma audiência foi marcada porém o segurança não compareceu,a essas alturas a loja tratou de demiti-lo pra se safar mas outros funcionários também me acusaram,foi marcada outra audiência no dia 20 de outubro , eu torço pra q aleguem q tenha visto esse fato acontecer me procure pois preciso muito de no mínimo uma testemunha.

deny disse...

na verdade meu email é denyfsa10@hotmail.com

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