terça-feira, 24 de novembro de 2009

O que fazer quando o mundo não para de dar rasteiras...?

- Pois é, o menino só passa por provação. É rasteira atrás de rasteira.

- Como assim?
- Há seis meses atrás trocou a moto por um carro, porque eu pedi. Eu achava muito perigoso ser motoboy. Três dias com o carro, parou há algumas ruas do cartório e quando voltou o carro já não estava mais lá.
- Que chato...
- Chato? Desempregado e revoltado, ele resolveu ser MC. Quando descobri ele já estava cantando em baile funk com um parceiro. Ele não parou mesmo diante dos meus apelos. Rendia um $ bom. Mas dias depois chegou em casa apavorado. Alguns bandidos assaltaram ele na saída do baile.
- Parou?
- Parou.
- Arrumou emprego?
- Arrumou. Buscou sem parar, conseguiu vendendo moto em uma grande empresa, mas quando foram olhar o cadastro dele, nome sujo.
- Sujo? É... O pai dele pediu para ele ser fiador de um empréstimo há um ano atrás e fomos descobrir que não pagou.
- E a dívida é de...?
- 28 mil Reais. O que me deixa mais triste é vê-lo tão desiludido aos 29 anos de idade...

Este foi um diálogo com minha tia que me dava notícias do meu primo. O pai sempre foi muito rico, herdou uma fortuna, mas torrou tudo.

Passei a noite pensado nessa história e em tudo o que aparece em nosso caminho que nos faz perguntar: Por que comigo? Tanta gente no mundo, uma Terra tão populosa e logo eu fui escolhido (a)? Tem que ser tudo comigo?
Há tempos venho acompanhando a luta de José Alencar. Impressionante ver sua fé diante da sua sede por brigar com unhas dentes por um único dia a mais.
Às vezes, o mundo parece que não ficar satifeito em apenas pisar, tem que humilhar. Já estamos pequenos e ele ainda quer que fiquemos menores.

Viver é prazeroso, mas não é fácil... Diante da declaração da minha tia fiquei calada. Não havia muito o que dizer. Palavras de incentivo, neste momento, não ajudam muito... Por isso ainda estou pensando no que dizer... O que fazer quando o mundo não para de dar rasteiras...?

8 comentários:

Bia disse...

Juntas todas as forças possiveis e levantar mais uma vez. Mas claro, como bom conselho, na maioria das vezes, isso só funciona na teoria.
Tenho tentando me levantar de um tipo diferente de rasteiras, e posso dizer que a cada rasteira a vontade que tenho é de ficar no chão mesmo, pq ai não tem mais como a vida/mundo vir e me derrubar.
bjs

Carolina disse...

Respira fundo, olha pro lado pra ver as desgraça dos outros, toma coragem e segue sobrevivendo porque esta é a sina, mas sei lá tudo não passa de teorias. No dia a dia, na hora do problema tudo se torna mais pesado e seguir em frente passa a ser somente palvras no ar.
mas o que acalenta é que no final, tudo passa.

bjos

Lúcia Soares disse...

Flávia,acho que são fases na vida da gente.
"Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe".
Com fé se alcança o que se quer.
No caso de doenças, elas vêm e só o que podemos é lutar contra, mesmo. Alencar passa-nos um otimismo que deve ajudá-lo nessa luta contra o câncer.
Há pessoas, sempre falo isso, que parece nascerem "carimbadas". Tudo pode acontecer com elas.Resta-lhes modificar sua visão da vida. Um dia a sorte muda.

Desabafando disse...

O jeito é continuar levantando e tentando...

Anônimo disse...

Vai vivendo um dia de cada vez, usando e abusando das experiências

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Flavia, todo mundo passa por uma fase negra. É o desemprego, sao as doencas, algumas passam, outras nao e outras nós aprendemos...

Um beijao

analu disse...

Flávia! que triste a história do teu primo, o que dizer, como consolar. é para pensar, só os fortes sobrevivem, infelizmente. E teu primo, vai aprender as duras penas que não podemos confiar em nada e nem em ninguém, se emprestamos nosso nome ou dinheiro temos que contar como perdido, daí nada vai ser surpresa.Mais ele é jovem, e tudo isso vai fortalece-lo, tenho certeza.beijocas analú

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Creio que não há muito o que ser feito mesmo, o melhor é esperar dias melhores e dar à sua tia apoio, sobretudo, ouvi-la. Às vezes um bom colo já ajuda muito.

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