- Como assim?
- Há seis meses atrás trocou a moto por um carro, porque eu pedi. Eu achava muito perigoso ser motoboy. Três dias com o carro, parou há algumas ruas do cartório e quando voltou o carro já não estava mais lá.
- Que chato...
- Chato? Desempregado e revoltado, ele resolveu ser MC. Quando descobri ele já estava cantando em baile funk com um parceiro. Ele não parou mesmo diante dos meus apelos. Rendia um $ bom. Mas dias depois chegou em casa apavorado. Alguns bandidos assaltaram ele na saída do baile.
- Parou?
- Parou.
- Arrumou emprego?
- Arrumou. Buscou sem parar, conseguiu vendendo moto em uma grande empresa, mas quando foram olhar o cadastro dele, nome sujo.
- Sujo? É... O pai dele pediu para ele ser fiador de um empréstimo há um ano atrás e fomos descobrir que não pagou.
- E a dívida é de...?
- 28 mil Reais. O que me deixa mais triste é vê-lo tão desiludido aos 29 anos de idade...
Este foi um diálogo com minha tia que me dava notícias do meu primo. O pai sempre foi muito rico, herdou uma fortuna, mas torrou tudo.
Passei a noite pensado nessa história e em tudo o que aparece em nosso caminho que nos faz perguntar: Por que comigo? Tanta gente no mundo, uma Terra tão populosa e logo eu fui escolhido (a)? Tem que ser tudo comigo?
Há tempos venho acompanhando a luta de José Alencar. Impressionante ver sua fé diante da sua sede por brigar com unhas dentes por um único dia a mais.
Às vezes, o mundo parece que não ficar satifeito em apenas pisar, tem que humilhar. Já estamos pequenos e ele ainda quer que fiquemos menores.
Viver é prazeroso, mas não é fácil... Diante da declaração da minha tia fiquei calada. Não havia muito o que dizer. Palavras de incentivo, neste momento, não ajudam muito... Por isso ainda estou pensando no que dizer... O que fazer quando o mundo não para de dar rasteiras...?
8 comentários:
Juntas todas as forças possiveis e levantar mais uma vez. Mas claro, como bom conselho, na maioria das vezes, isso só funciona na teoria.
Tenho tentando me levantar de um tipo diferente de rasteiras, e posso dizer que a cada rasteira a vontade que tenho é de ficar no chão mesmo, pq ai não tem mais como a vida/mundo vir e me derrubar.
bjs
Respira fundo, olha pro lado pra ver as desgraça dos outros, toma coragem e segue sobrevivendo porque esta é a sina, mas sei lá tudo não passa de teorias. No dia a dia, na hora do problema tudo se torna mais pesado e seguir em frente passa a ser somente palvras no ar.
mas o que acalenta é que no final, tudo passa.
bjos
Flávia,acho que são fases na vida da gente.
"Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe".
Com fé se alcança o que se quer.
No caso de doenças, elas vêm e só o que podemos é lutar contra, mesmo. Alencar passa-nos um otimismo que deve ajudá-lo nessa luta contra o câncer.
Há pessoas, sempre falo isso, que parece nascerem "carimbadas". Tudo pode acontecer com elas.Resta-lhes modificar sua visão da vida. Um dia a sorte muda.
O jeito é continuar levantando e tentando...
Vai vivendo um dia de cada vez, usando e abusando das experiências
Flavia, todo mundo passa por uma fase negra. É o desemprego, sao as doencas, algumas passam, outras nao e outras nós aprendemos...
Um beijao
Flávia! que triste a história do teu primo, o que dizer, como consolar. é para pensar, só os fortes sobrevivem, infelizmente. E teu primo, vai aprender as duras penas que não podemos confiar em nada e nem em ninguém, se emprestamos nosso nome ou dinheiro temos que contar como perdido, daí nada vai ser surpresa.Mais ele é jovem, e tudo isso vai fortalece-lo, tenho certeza.beijocas analú
Creio que não há muito o que ser feito mesmo, o melhor é esperar dias melhores e dar à sua tia apoio, sobretudo, ouvi-la. Às vezes um bom colo já ajuda muito.
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