quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Escola particular dá educação, escola pública dá camisinha?

Num jantar na segunda-feira encontrei uma menina que não via há tempos. Ela é filha de pais riquíssimos e me contou que está estudando em outra cidade. Passou para uma das melhores faculdades públicas do país.

Domingo, no Fantástico, discutia-se sobre a tal “máquina de camisinha” ser colocada em escolas públicas. A psicopedagoga Albertina Chraim disse:

"A escola já está sobrecarregada. Eu sou completamente contra. As escolas não estão preparadas... E o passo seguinte seria perguntar: agora, onde eles fariam uso destas camisinhas? Nos corredores das escolas"?

Posto de saúde dá camisinha de graça e na farmácia custa miséria. Quem quer usar usa, não precisa pegar na escola.

Lembrei da escola onde a menina do início do post fez segundo grau. Ela estudava em período integral, inclusive aos sábados, e acho que chegava tão cansada que nem lembrava de fazer sexo com o namorado.

Para maquiar a péssima educação das escolas públicas, o governo dá cota e camisinha?

Em escola particular os jovens são preparados exaustivamente para estudar nas melhores faculdades e na pública...

- Meu filho, não tem nada para estudar hoje?

- Não, mãe, um menino se irritou com a professora e deu um soco na boca dela. Ai ficamos sem aula, mas tem umas camisinhas que peguei na máquina, quer uma?

Por isso... Ando pensando... Escola particular dá educação, escola pública dá camisinha?

15 comentários:

Anônimo disse...

Foi mto bom vc abordar esse assunto, fiquei pasma com essa " novidade " Absurdo, a distribuição de camisinhas deve ser feita sim, mas em outro lugar, escola não é lugar pra isso, é uma banalização mto grande...uma pederastia liberada, se distribuem camisinhas nos banheiros das escolas, estão permitindo o ato no recinto! Eu quero q minha filha vá para escola estudar e não " trepar "! Orientação, sim escolas x familia! Promiscuidade não!

Cissa Branco disse...

Flávia,

Não dá para generalizar. Existem escolas privadas que tem péssima qualidade, principalmente no interior e fora das grandes regiões.
Sempre digo que pago por segurança ao colocar meu filho em escola particular, não necessariamente por qualidade de educação, coisa que é difícil encontrar mesmo em escolas privadas, lembro que estou falando da minha realidade, aqui no interior do Mato Grosso.
Mas quanto as máquinas de camisinha, creio que não adianta ter se grande parte da população, até os mais instruídos e formadores de opinião acham que transar com camisinha não tem graça.
Confesso que já peguei aluna transando com um rapaz pela cerca, um pelo lado de dentro e o outro pelo lado de fora. Não sei se o fato de ter camisinha na escola mudaria alguma coisa, já que o ato em si perdeu o valor e a falta de respeito com o corpo e com a valorização do ser já não é tão presente.
Abraços

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Flávia, muito bom o texto!
Acredito que a distribuição da camisinha deve existir, mas, com orientação, educação sexual e não de todo jeito.
Educação é algo que precisa ser investido no Brasil sem sombra de dúvidas, porque vivemos mediante duas realidades, a da escola pública que precisa de um tudo de investimento, desde o básico até a questão salarial do professor, e a da escola particular que na sua maioria depende do que os 'pais' de cada aluno querem e limitam.

Bem, precisamos avaliar muito mais essa educação do país e questionar mediante a escola se as atitudes estão corretas.

BJS

Anônimo disse...

meu marido é professor de uma escola pública no Rio de Janeiro, próximo a um local muito pobre. É extremamente comum meninas de 13, 14 anos, aparecerem grávidas ou conversarem naturalmente sobre o último aborto que fizeram. Eu estudei na melhor escola particular de Brasília, onde alguns casais já foram flagrados fazendo sexo nos banheiros. Não é uma questão de ser rico ou pobre, público ou privado. Adolescentes fazem sexo e precisam de camisinhas que, na minha opinião, devem ser distribuídas onde se tem jovens.

PAULA OLIVEIRA disse...

A escola pública está tão sucateada...tão diferente de como era quando eu ali estudava. Parece loucura dizer que a uma década atrás era tudo diferente. Certamente o ensino continuava em desvantagem, mas os alunos detinham família mais estruturadas, em minha opinião, ao menos na escola em que eu estudei. Sou receosa a dizer que alunos de escola pública não recebem educação, porque além de ser um problema estrutural, eu passei em uma melhores universidades do país estudando da quinta série ao terceiro colegial em escola pública. Exceção? Talvez... eu diria que minha família me deu o suporte que eu precisava, enquanto hoje, incluindo crianças da rede particular, a família se encontra igualmente sucateada.
Eu sou contra a distribuição de camisinha, claro. Mas não generalizaria a rede pública.

Obrigada por passar lá no meu canto, fiquei super feliz com um comentário tão inteligente como o seu!
Beijão!

Cíntia Mara disse...

É triste, não é? Enquanto isso, elegemos governantes sem nenhum preparo ou intenção de mudar essa situação. A educação fica cada vez mais relegada a segundo plano.

Eu estudei a vida toda em escola pública. Quando entrei no Ensino Fundamental, em 1993, meus pais tinham condições de pagar particular, mas não quiseram porque a estadual era melhor. Hoje o cenário se inverteu, os pais têm que se sacrificar pra conseguir pagar uma escola decente.

Jane disse...

Oi Flávia,
Como já comentado acima, não dá pra generalizar e dizer que Escola particular dá Educação e Escola Pública não dá né?
Pois a gente ve escolas particulares que não oferecem ensino excelente e ve alunos de escolas públicas que conseguem se sobressair e garantir uma vaga em Universidades Federais, eu por ex, estudei a vida toda em escola pública (algumas ruins, outras nem tanto) e com muito esforço me graduei e pós graduei em Universidades Federais.
Quanto ao assunto que originou esse post... a distribuição de camisinhas nas esoolas, eu acho um absurdo e é lógico que isso não fará com os jovens que não se cuidam passem a se cuidar.

Na creche que eu trabalho, por ex, a mãe de uma criança da minha sala tem 24 anos, é "gari" e é mãe de 5 meninos, sendo o mais velho de 8 anos e o mais novo de 4 meses.

Eu trabalho em uma creche pela manhã e e em uma escola a tarde ambas da rede pública (municipal) e com os poucos recursos que tenho faço o melhor para a formação dos meus alunos...
Mas o buraco é mais embaixo e com certeza não é a bolsa família ou a distribuição de camisinhas nas escolas que vai resolver o problema estrutural que temos no nosso país.

Anônimo disse...

A questão aqui apresentada eu vejo de duas formas distintas, uma social e outra moral. Claro que por trás de uma decisão dessas, há várias pesquisas, e não podemos e nem devemos ser ingênuos em não pensar que não existe maior incidência de AIDS e gravidez indesejada nas escolas públicas que nas escolas particulares. Ocorre que o governo ao invés de adotar medidas a longo prazo (como maior salários dos professores) adota táticas imediatistas, como essa da máquina de camisinha. é o Estado violando cada vez mais a intimidade e atacando a esfera moral do individuo.Socialmente, por carater emergencial, não vejo mal nenhum na máquina de camisinhas, o problema mesmo é moralmente, porque claro não gostaria de ver um filho meu de 13, 14 anos com uma máquina dessas na escola.

Ana Paula Mendes disse...

Pois é, em que ponto chegamos! É claro que há muitas escolas públicas que dão educação e escolas particulares que não dão educação e cobram muito pelo péssimo serviço, não podemos generalizar. Contudo, distribuir camisinhas em escolas é absurdo, para dizer o mínimo! Educação sexual é importante, mas desta maneira, em minha opinião, está parecendo mais estímulo!
Ana Paula Mendes
www.cantodasimplicidade.blogspot.com

Miiila Melo disse...

De que adianta a camisinha sem a educação sexual?

O ato em si que não deveria ser banalizado ... camisinha você pega em qualquer luga, a escola seria só mais um ...

=P

Lúcia Soares disse...

Flávia, achei um absurdo a medida.
Em vez de investir na camisinha e na máquina distribuidora, por que não usar o dinheiro (que será "bilhões", olha o superfaturamento!)em educação sexual, quadras de esporte, grupos de artesanato, momentos de oração e reflexão?
O sexo já está banalizado há anos e não cabe à escola nem ao governo educar um adolescente.
Isso é basicamente função dos pais.
Que, por sua vez, ainda são adultos jovens, que cresceram sem educação nenhuma...não têm como ensinar!
Mas se houvesse uma pesquisa, sou contra a distribuição de camisinhas em escolas.
Ponto.

Jane disse...

O assunto da máquina de camisinhas foi discutido informalmente hoje na minha escola durante nosso café.
Uma professora falou algo que me deu vontade de compartilhar aqui:
"-Em vez de máquina de camisinha, deveriam mandar uma máquina de xerox que nós não temos!"

Acredite, na nossa escola não temos xerox e não podemos pedir dinheiro aos alunos. Então, ou a gente paga o xerox ou usa o mimeográfo mesmo. (Alguem aqui sabe o que é isso?)

O governo não investe em Educação (de uma forma geral), ou investe mt mal, sei lá!
E cria essas "panacéias" para fingir que está fazendo algo.
Como se isso fosse resolver alguma coisa!

Anônimo disse...

Gostaria de dizer que gosto muito do seu blog, entretanto acho que vc deveria ter mais cuidado em seus textos quando generaliza, nem toda esolca úlbica é ruim e nem toda escola particular é boa!
Só uma dica!

Bella Dourado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bella Dourado disse...

Paula Oliveira comentou que a escola esta sucateada - concordo.

Mas não podemos deixar de levar em primeira linha que não é a escola que esta sucateada e sim as familias.

Familias transferem seus filhos para escolas, para terem babás, para que seus pais possam trabalhar ou para que possam sair livremente , esta é uma realidade.

A modernidade tão benefica quando faz bom uso da tecnologia, trouxe um caos para dentro das residências onde cada um vive o seu cada um; meninos e meninas ricos ou pobres tem seu quarto o seu canto particular que muitos pais não entram e lá tem sua tv onde olham seus programas favoritos muitos deles mostrando que é normal crianças namorarem, ficarem e uma transinha sem compromisso.
Bem daí da no que dá; ao invés de distribuirem livros, mudarem o currículo dar mais autoridade aos pobres mestres de sala de aula, vem a grande invenção tecnologica a maquina distribuidora de camisinha.
Pergunto se diante de tantas leis que protegem crianças e adolecentes isso não seria crime?
Pois com 13, 14,15, o corpo não esta formado e quando recebe estímulos de erotismo é como uma bomba explodindo.

O tema é muito bom, polêmico - mas na minha opinião o problema não e a escola pública nem o preservativo e sim os valores que estão descendo pelos esgotos.

Abraços

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