sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Profissão do dinheiro ou da vocação?


Na quarta-feria conheci um consultor financeiro que contava a história de uma assistente social que ficou na dúvida entre prestar vestibular para medicina ou serviço social.

- Você está louca? Vai morrer de fome se escolher serviço social! - era a única coisa que ela ouvia.

Mas a moça bancou a idéia. Resultado: A profecia de concretizou. Ganha muito menos do que ganharia como médica, mas está realizada. 

Ontem, foi o dia de estréia de "Clandestinos" na Globo. Jovens que saem de suas cidades em busca de uma chance para viverem da arte no Rio de Janeiro. Ator só é reconhecido se aparecer na televisão. E quantas vagas existem nas novelas? Poucas.

Viver do que gosta é uma arte ou sorte. A maioria das pessoas vive do que coloca a comida na mesa. O risco é se perder completamente. Porque você pensar que passará a maior parte da sua vida fazendo algo que não gosta, é receber um certificado de tristeza.

Sandro Rocha, o homem da foto, está brilhando nas telas de cinema como o vilão de Tropa de Elite 2. Mas até sua chance chegar, ele vivia de pontas e como vendedor. Em uma entrevista, ele mostrou o quanto ganhou com  a primeira peça de teatro que fez: R$0,61. Não paga nem o picolé.

Em uma das cenas de "Clandestinos" a atriz pergunta:
- O que você faria no meu lugar? Voltaria para casa e diria que desistiu?

É preciso avaliar se sua família, a sociedadae ou você mesma, irá valorizar mais a sua luta por viver do que te dá prazer ou o carrão que vai parar na porta patrocinado pelo emprego que não é o que você ama, mas dá status. O melhor seria unir os dois, mas nem sempre é possível. E, na hora de escolher uma faculdade, hoje, vejo muita gente deixando a poesia de lado e optando pelo que vai tirá-las da fila do SUS quando precisarem de um médico.

Por isso, essa pergunta nunca cala: Profissão do dinheiro ou da vocação?

14 comentários:

Juci disse...

sem nenhum medo de ser feliz eu digo: eu faço o que me dá dinheiro. Porque depois de filhos ( apesar de nao tê-los ainda) , de marido e das necessidades q bate a porta infelizmente não tem como viver de poesia. Pq as necessidades básicas são as que primeiro berram a sua porta. Mas isso nao quer dizer q o q eu faço , não gosto. E aconselho a qualquer pessoa a não se meter numa furada de fazer alguns cursos q infelizmente não enchem barriga. Como eu sou bem prática não tenho um pingo de sofrimento por fazer o q me sustenta, porque isso me faz feliz...logo....faço o que me dar dinheiro e prazer.

Jane disse...

Olha... vocacao. Muito triste viver a vida fazendo o que nao gosta. Isso da um terco da sua vida (o segundo terco voce dorme e o terceiro terco voce divide entre a familia, vida social, amigos, e se deslocando de um ponto a outro etc), se voce considerar uma carga horaria de 8 horas por dia (muita gente trabalha mais que isso)
Mas acho que, quando voce faz com vocacao, voce quase sempre consegue viver com dignidade sim. Mantendo o foco e investindo de verdade, consegue. Mas, de fato, nem sempre da pra ficar rico. E numa sociedade que frequentemente mede o valor da pessoa pelo que ela TEM (ou aparenta TER) e nao pelo que ela É, isso acaba influenciando a decisao de muitos.

Carolina disse...

Taí uma das perguntas difíceis de responder... complicado, viu? Vai saber o que é fundamental e o que é importante para outros... rsrsrs

bjos meus

She disse...

Amei o post! Pôxa, quanto tempo não venho por aqui, sempre com tantos assuntos interessantes, preciso voltar com mais calma para me atualizar...
Mas quanto e este seu post, não há nada melhor do que fazer e ganhar dinheiro com o que amamos, mas muitas vezes essa combinação se torna complicada demais, porque infelizmente prazer somente não enche a barriga de ninguém... :(
Beijo, beijo! ;)
She

Jane disse...

Dinheiro E vocação.
Eu acredito que existam vocações sim. Eu por exemplo não tenho vocação alguma para a área da saúde.
Então mesmo que fosse pra ganhar um bom salário, eu não trabalharia com algo assim, que não tem nada a ver comigo.
Mas acho inteligente a pessoa que escolhe uma profissão tendo como um dos critérios o salário.
Mesmo que nesse caminho ela escolha algo que não esteja nos seus sonhos. Ela pode sim aprender a gostar do que faz.
Esse negócio de sonhar com uma profissão, ou achar que tem uma vocação exclusiva para algo, na minha opinião é ilusão.
Em qualquer profissão a pessoa terá seus momentos de tédio, terá vontade de sair correndo.
A partir do perfil de cada um podem existir várias possibilidades de profissões, pq não escolher aquela que paga melhor?

Lúcia Soares disse...

Difícil...Geralmente se escolhe a profissão pela vocação. Ninguém pode querere ser médico sem vocação para tal.
Ou engenheiro, ou...
Mas a maioria quer mesmo é um diploma pra abrir portas.
Eu ficaria com a vocação, sem dúvida. E seria muito boa na profissão, para ganhar dinheiro...
Não me formei em faculdade, então é fácil falar. Mas só trabalhei no que me dava satisfação.
Principalmente em casa, sendo mãe e enfermeira/psicóloga/administradora/pedagoga...rsrrs
O ideal, claro, seria unir o útil ($$$) ao agradável (fazer o que se quer).
Mas, sem dúvida, se é mais feliz por seguir a vocação.

Flávia, obrigada por seu carinho por mim. Uma palavra amiga faz toda a diferença quando estamos sofrendo.
Beijo!

Lu disse...

é, essa é uma questão complicada..

a medicina alcançou grandes problemas por pessoas que fazem o curso não pq gosta, mas por questão de posição social, atores e atrizes foram são totalmente desvalorizados, primeiro por so ter valor aqueles que aparecem na televisão e segundo porque os "atores" que aparecem na TV muitas vezes foram escolhidos por outros atributos e não pelo o talento em si. Bom eu trabalho com dança mesmo fazendo outro curso, acho que posso acrescentar nas duas áreas e atuar nas duas áreas, espero poder continuar conciliando.
Mas uma coisa é certa eu ainda acredito na vocação, que cada um nasceu para uma coisa e é bom nessa coisa a sociedade é que tem mania de julgar uma profissão mais importante do que a outra. bom, espero conseguir passar isso para os meus filhos...muito bom o post.

Willma disse...

menina você escreve muito bem, a tempos não parava pra ler tanta coisa em um blog!
aproveito a visita para lhe convidar a uma super promoção que estamos realizando no Espaço Senhorita
sempresenhorita.blogspot.com
não perca!
bjos.

Nilce disse...

Tem muita gente que escolhe ganhar mais e é feliz. Eu não fui e tive que refazer meu caminho, e mesmo ganhando pouco me realizei.

Excelente final de semana.

Bjs no coração!

Nilce

Flávia Shiroma disse...

Oi Flavinha, tudo bem?
Olha, esse assunto é bem complexo porque sou a favor da idéia de que o sucesso vem quando fazemos algo que amamos, quando temos aquele dom e o desenvolvemos, ou seja, fazer o que se ama.
Mas, e quando as dificuldades surgem?
Vamos ficar escolhendo atividades? Selecionando??
Acho que no mundo de hoje pouquíssimas pessoas têm esse luxo de viver do que gosta.

Tomara que um dia eu chegue lá! rs

ps.: querida, estou esperando o e-mail que vc disse que ia mandar tá?
flaviashiroma@vspjapan.com

Bjs

Anônimo disse...

Na minha real situação, digo: Dinheiro. Mas, tou a correr atrás da vocação, então, sempre em busca do que dá prazer!

bjos, ú&e =***

Licia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Licia disse...

Pela vocação e com inteligência você abri caminhos para o dinheiro.Eu acredito que qualquer trabalho feito com amor e competencia,cedo ou tarde dá certo.Quantos profissionais incompetentes e mal humorados nos deparamos a cada dia!?Certamente não foi pela vocação e amor que escolheram a profissão.Beijos.

Erika disse...

Flávia, esta questão é muito difícil, viu, eu fiz psicologia por amor e apenas por amor e todos que estavam ao meu redor na época da escolha, família, amigos, namorado, deram o maior apoio, todos achavam que eu tinha nascido para isso. Hoje, dez anos depois do primeiro dia em que pisei na faculdade, vejo uma realidade tenebrosa para o profissional dessa área no mercado brasileiro, uma desvalorização imensa mesma, salários humilhantes para um profissional de nível superior e o pior, mesmo trabalhando com o que se ama, este profissional, muitas vezes, acaba "topando" fazer atividades "extras" que não tem muito a ver com o que escolheu para manter o emprego ou ganhar mais. Tenho sorte de nunca ter precisado "viver da minha renda", mas hoje, se fosse escolher, escolheria algo não só que me desse um salário maior, mas que fizesse que eu sentisse que meu conhecimento é valorizado, que reconhecesse meus anos de estudo. Acho que o ser humano é muito versátil e pode ter muitos dons, assim como ter mais de uma vocação, então buscaria algo que não me desagradasse totalmente, mas não seria uma escolha tão romântica, sem dúvida.

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